Conhecida pelo estereótipo de cidade industrial, sem verde e atrativos naturais, São Paulo pode surpreender os que se interessam pela natureza. Não é preciso encarar horas no transporte público para ir e voltar ao pico do Jaraguá, por exemplo - o que pode desanimar qualquer um.
A cidade, basta observar, tem belas árvores, algumas delas, pode-se dizer, históricas. Neste ensaio aparecem seis delas, que são mais do que simples manchas verdes em meio a um amontoado de prédios.
O jequitibá-branco do parque Trianon, a chichá do largo do Arouche, a figueira do largo da Memória, a paineira da biblioteca Mário de Andrade, o jatobá do parque da Luz e a canela do Buenos Aires são centenárias testemunhas da complexa relação da cidade com sua vegetação
São resquícios de antigas fazendas (a chichá e a paineira), sobreviventes de um pedaço de mata nativa (o jequitibá-branco) ou fruto da intervenção humana na paisagem (a figueira, a canela e o jatobá).
Todas aparecem nas próximas páginas em imagens feitas por meio da técnica de fotografia em infravermelho, em que uma câmera digital modificada capta os comprimentos de onda invisíveis ao olho humano.
Canela
Nectandra maegapotamica
Nectandra maegapotamica
Típica da mata atlântica, foi muito utilizada na construção civil no século 20. Floresce entre julho e setembro. Frutificando entre novembro e janeiro.
Altura: até 25 metros.
Nomes populares: Canela, canelinha, canela-fedorenta e canela-merda.
Onde: Parque Buenos Aires, avenida Angélica, próximo ao metrô Marechal Deodoro.
Nomes populares: Canela, canelinha, canela-fedorenta e canela-merda.
Onde: Parque Buenos Aires, avenida Angélica, próximo ao metrô Marechal Deodoro.
Exsicata
Canela
Copa
Cicatriz de poda
Poda recente
Chichá
Sterculia chicha
Sterculia chicha
De tronco reto, é facilmente reconhecida por suas raízes em formato de tábuas. Florescem entre novembro e março e frutifica entre maio e setembro.
Altura: até 25 metros.
Nomes populares: Axixá, araxá, boia-unha-d'anta, chihcá e pau-de-boia.
Onde: Largo do Arouche, perto da rotatória para a avenida São João, próximo ao metrô República.
Nomes populares: Axixá, araxá, boia-unha-d'anta, chihcá e pau-de-boia.
Onde: Largo do Arouche, perto da rotatória para a avenida São João, próximo ao metrô República.
Exsicata
Chichá
Raízes
Galhos
Queda
Galho
Figueira
Ficus organensis
Ficus organensis
De grande porte, pode ter uma copa de 20 metros de diâmetro. A floração é mais frequente entre setembro e outubro. Os frutos amadurecem entre dezembro e janeiro.
Altura: até 20 metros.
Nomes populares: Figueira, figueira-branca e figueira-de-folha-miúda.
Onde: Largo da Memória, próximo ao metrô Anhangabaú.
Nomes populares: Figueira, figueira-branca e figueira-de-folha-miúda.
Onde: Largo da Memória, próximo ao metrô Anhangabaú.
Exsicata
Figueira
Raízes
Tronco
Corrente
Jatobá
Hymenaea courbaril
Hymenaea courbaril
Seu tronco era usado na fabricação de cano por povos indígenas da região. A floração se dá entre outubro e dezembro. A partir de julho, os frutos amadurecem.
Altura: até 40 metros.
Nomes populares: Jataí, jatobá, jutaí e pão-de-ló-de-mico.
Onde: Parque Jardim da Luz, em frente ao lago da Cruz de Malta, próximo ao metrô Luz.
Nomes populares: Jataí, jatobá, jutaí e pão-de-ló-de-mico.
Onde: Parque Jardim da Luz, em frente ao lago da Cruz de Malta, próximo ao metrô Luz.
Exsicata
Jatobá
Copa e tronco
Identificação
Jequitibá-branco
Cariniana strellensis
Cariniana strellensis
Sua variação rosa (Cariniana legalis) é a árvore símbolo do Estado de São Paulo. A floração se dá entre outubro e dezembro, e os frutos abrem entre julho e setembro.
Altura: até 45 metros.
Nomes populares: Cachimbeiro, jequitibá-branco e pau-de-cachimbo.
Onde: Parque Tenente Siqueira Campos (Trianon), próximo ao metrô Trianon-Masp.
Nomes populares: Cachimbeiro, jequitibá-branco e pau-de-cachimbo.
Onde: Parque Tenente Siqueira Campos (Trianon), próximo ao metrô Trianon-Masp.
Exsicata
Jatobá
Tronco
Cicatriz
Paineira
Chorisia speciosa
Chorisia speciosa
Tronco esverdeado e, às vezes, abaloado na parte de baixo. A floração ocorre entre dezembro e abril, e os frutos, recheados de paina (fibra fina e sedosa antigamente utilizada na fabricação de travesseiros e estofados), amadurecem entre agosto e setembro.
Altura: até 30 metros.
Nomes populares: Árvore-de-paina, barriguda e paineira.
Onde: Praça Dom José Gaspar, esquina da rua da Consolação com a avenida São Luís, próximo ao metrô Anhangabaú.
Nomes populares: Árvore-de-paina, barriguda e paineira.
Onde: Praça Dom José Gaspar, esquina da rua da Consolação com a avenida São Luís, próximo ao metrô Anhangabaú.
Exsicata
Paineira
Galhos
Espinhos
Ensaio publicado na revista "sãopaulo", 24 a 30 de junho de 2016
